segunda-feira, 14 de julho de 2014

Pós-ressaca: derrota do Brasil não foi acidente

Esse texto custou a ir pro ar por dois motivos: o primeiro e de caráter mais prático é que eu não estava em casa logo que a partida contra a Holanda terminou e o segundo é que eu quis esperar um pouco mais a repercussão desse jogo (e do fim da Copa do Mundo) pra postar.

Isso posto, não dá pra dizer mais que a derrota pra Alemanha foi um acidente.

Sendo bem sincero, os 6 gols de diferença foram, sim, exagero. Talvez em condições normais de temperatura e pressão o placar fosse menos dilatado (ainda mais quando se tem Felipão no banco – um técnico que deveria cuidar da solidez defensiva na teoria). Um 3x1 seria um placar mais condizente com a diferença entre os dois times.

E veio a disputa do terceiro lugar, que van Gaal disse abertamente que despreza. Pro Brasil ainda teria um certo valor, talvez devolver um pouco da honra pro torcedor ou simplesmente vencer uma grande potência do futebol mundial.

Enfim, nada disso aconteceu. Mais uma sapatada, dessa vez mais “normal”. Mas o começo do jogo, com aquela escapada e o pênalti-que-não-foi (e a expulsão que deveria ter sido), deu a impressão clara de “Alemanha está aí!”. O Brasil endureceu o jogo, conseguiu até ter lampejos do que pode-se dizer ser um estado pré-mesopotâmico de bom futebol. O 3x0, pela diferença técnica, foi justo no final das contas.

O emocional foi pro vinagre, o respeito pelo técnico e pelo futebol brasileiro também. Deu tudo errado nessa última semana de Copa. Se antes havia uma estrutura técnica, tática e mental minimamente organizada (ou equilibrada em palafitas improvisadas, quem sabe), tudo ruiu. A própria presença de Neymar no banco de reservas, depois da entrevista mais lúcida da semana na Granja Comary, foi um elemento inexplicável. Ou inócuo. Adiantou alguma coisa? Não.

Acabou que Luiz Felipe Scolari foi mesmo demitido, junto com toda a sua comissão técnica. Juro que não me surpreendo se me contarem que isso só aconteceu depois da derrota na disputa do terceiro lugar. Aliás, tem poucas coisas vindas de quem comanda o futebol brasileiro que me surpreenderiam.

Vida que segue. Daqui a pouco tem Brasileirão recomeçando. Espero que pelo menos 1% da lucidez futebolística que tivemos nessa Copa do Mundo apareça nos gramados por aqui.



Sou um bobo esperançoso, né?

Nenhum comentário :

Postar um comentário