sexta-feira, 4 de julho de 2014

França 0 x 1 Alemanha: O simples

Todos conhecemos técnicos que adoram inventar moda e esquemas mirabolantes e deixar de lado situações extremamente simples – e que resolveriam o problema.

Para quem não acompanha futebol internacional conseguir entender o que se passa com a Alemanha, vou inventar uma história pra fazer um paralelo. Segue:

“Imaginem a Copa do Mundo de 2002. Cafu é o melhor lateral direito do mundo, voando por ali. É extremamente técnico também, com uma visão de jogo absurda. Por causa disso, Felipão decide que ele pode dar mais para a sua equipe se atuar no meio de campo. Na lateral direita, entra um esforçado zagueiro improvisado – vamos dizer o Roque Júnior.

Isso porque no meio de campo, nessa minha história hipotética, você tem jogadores como Alex, Ronaldinho, Rivaldo, Juninho Paulista e outros. Mas não, Felipão ainda acredita que o Cafu pode dar mais pra equipe jogando no meio.

Aí nosso glorioso Roque Júnior se lesiona. Felipão, então, decide que é hora de parar de inventar e fazer o simples: colocar o melhor lateral direito do mundo... na lateral direita!”


É exatamente isso que acontece na Alemanha. Lahm é um monstro jogando de lateral, o melhor do mundo disparado. Mas por ser muito técnico e ter uma visão de jogo absurda, Guardiola colocou ele no meio de campo no Bayern de Munique. O problema é que lá eles têm o Rafinha, lateral de ofício, pra colocar na direita. Eu particularmente não gosto desse jeito, mas funcionou temporada passada.

O problema é que Löw não tem um lateral de ofício para colocar na direita. Boateng, vá lá, é apenas esforçado. Zagueiro improvisado na lateral, lateral improvisado no meio, bando de reservas recheado de meias talentosos e leves.

Custava fazer o óbvio, Löw?

Custou até hoje. Lahm, finalmente, começou uma partida na lateral direita. E o primeiro tempo foi espetacular, com a Alemanha dominando amplamente. O gol de Hummels não precisava ser solitário: poderia ter acabado 3x0 sem dificuldades.

Na segunda etapa a França foi melhor, mas Neuer estava inspirado demais. A pancada de Benzema no último minuto de jogo e a defesa do goleiro com uma mão só foi o retrato do segundo tempo.

A França, infelizmente pra eles, demorou muito para achar o seu futebol. A Alemanha conseguiu ser mais fria e decisiva quando precisou (quero dizer, quase que Schürlle compromete no final do jogo, errando um gol na cara).

Os alemães estão chegando e os franceses indo pra casa. Não vai ser dessa vez que eles vão tomar vinho no Cristo Redentor.


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