terça-feira, 8 de julho de 2014

Brasil 1 x 7 Alemanha: Apoiou nas cordas e tchau

Torci. Mas torci muito mesmo por uma vitória hoje. Fui para BH, vi como a cidade e o povo de lá são sensacionais. Mereciam a vitória do Brasil. E o Rio de Janeiro, como é o óbvio ululante, merecia ver um mísero jogo do Brasil.

Nem um nem o outro vão acontecer.

Problema organizacional e todo o resto está aí há não sei quantos anos e vai continuar depois da Copa do Mundo. Teremos bastante tempo para tratar.

Ao campo e bola. E um time só. E um tempo só.

O Brasil jogou bem os primeiros 5 minutos de jogo, por mais incrível que possa parecer essa afirmação. Conseguiu até esboçar que ia espremer a Alemanha no campo de ataque até que o gol saísse – mais ou menos como aconteceu na final da Copa das Confederações, contra a Espanha. Não saiu o gol e a Alemanha começou a conquistar terreno.

Quando eles avançaram as linhas e se sentiram confortáveis, começou o desconforto do Brasil. Bernard e Hulk espetavam pelas pontas, Fred marcava os dois zagueiro alemães (risos), oscar vinha buscar e brigava sozinho contra um meio de campo inteiro, Luiz Gustavo e Fernandinho não achavam espaço. O resumo disso tudo foi uma troca de passes entre os 4 do sistema defensivo: bola nos zagueiros, abre pros laterais, volta pros zagueiros, passa pro volante e retorna de novo e de novo e de novo. Saída de bola? Chutão pra frente pro trio de ataque dividir com a zaga alemã. Repetindo: zaga alemã. Hummels e Boateng de 1,92, acompanhados de Höwedes (zagueiro improvisado) de 1,87. Fred tem 1,86, Hulk tem 1,80 e Bernard 1,64.

Por que os chutões? O meio de campo estava despovoado, bem marcado e não conseguia fazer transições. A Alemanha gostava do jogo, ganhava terreno e o Brasil não acertava os passes. Os chutes eram o que sobrava (chutão é um eufemismo para “devolver a bola pro adversário”).

Obviamente não deu certo.

Aí veio o primeiro gol da Alemanha. E o Brasil foi às cordas. No boxe isso acontece quando o lutador recebe um golpe forte e vai no limite do ringue – as populares “cordas” – e fica, meio inerte, apanhando. Ainda não é um nocaute, mas quase lá.

Faltou, talvez, um Bellini pra buscar a bola dentro do gol, pedir calma e sair com classe. Desesperado para dar uma resposta aos torcedores em casa, o Brasil saiu “na louca”, não arrumou o sistema defensivo e foi castigado impiedosamente.

A sequência de gols foi consequência do primeiro. O time simplesmente pegava a bola e saía, não buscava um pingo de arrumação antes. Nem emocional (mais importante nessa hora) e nem tática, nada.

O que se viu entre os 10 e os 29 minutos do primeiro tempo foi um bando correndo atrás de uma bola contra um time profissional. Os 5 x 0, então, nasceram naturalmente.

A partir daí acabou o futebol. O final do primeiro tempo, o segundo, as alterações, os gols perdidos, as defesas do Neuer, a displiscência dos alemães; tudo isso foi mentiroso. Ninguém cogitou realmente uma virada depois que a partida estava 5x0. A Alemanha tirou o pé, o Brasil foi pra cima tentando dar uma resposta de honra, sofreu dois gols em contra ataque e marcou, finalmente!, o seu de honra.

Só. Nada digno de nota maior que um parágrafo. Tentar tirar conclusões em cima de qualquer coisa que aconteceu depois dos 29 do primeiro tempo é perda de tempo. “Ah, mas povoou o meio de campo, arrumou o problema da escalação inicial, o time jogou melhor!”. Bobagem. Nenhum alemão estava mais levando a partida a sério. Tinham uma final, dali 5 dias, pra pensar a respeito.

Ao longo desses dias eu vou soltando alguns textos com conteúdo mais abrangente – é ÓBVIO que eu sei que essa derrota se deve muito mais a fatores que vêm de muito longe do que simplesmente a esse “apagão”. Mas agora, nada disso importa.

Sabe o que é o mais irônico disso tudo? Os gols saíram tão rápido que não deu tempo para ter a fase “triste” da derrota – que nem 98, quando o último gol foi no segundo tempo. Os gols apareciam, e eu fui do estágio “esperançoso” com o 1x0 até o “puto demais” com o 5x0. Imagino que compartilhe o sentimento com várias pessoas.

Vida que segue, tem muita coisa pra se discutir ainda. Mas por hoje é só.

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