segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Novo lar



É, meus amigos... Está na hora dos ventos da mudança soprarem!



Depois de um longo e tenebroso inverno sem atualizações, o nosso querido blog E Agora Futebol passa a ser o meu blog pessoal e vai para um novo endereço.

Todo o conteúdo desse site foi movido para lá, com fotos e categorias. Mas, de hoje em diante, esse blog não será mais atualizado.

O novo site agora é o Blog do BCoimbra, e vocês podem entrar lá clicando aqui ou na figura no topo do post.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Nova lista do velho Dunga

Saiu hoje de manhã a convocação. Alguns nomes esperados, outras surpresas e vários jogadores da última copa.

Goleiros: Rafael Cabral (ex-Santos) tem tudo para ser um nome interessante para o futuro. Boa aposta. Jefferson é a segurança do início de trabalho.

Zagueiros: Miranda e Gil vinham merecendo uma chance há um tempo e Marquinhos é o provável futuro. David Luiz tenta a redenção.

Laterais: Alexsandro e Danilo se consagraram no Santos e têm um futuro interessante à frente. Filipe Luis fez por merecer e Maicon, apesar de ter ido melhor que Daniel na Copa do Mundo, já flerta com o final de sua carreira na Seleção.

Meio campo: Se continuasse jogando no Flamengo o que jogou no ano passado, sem dúvida Elias tinha ido para a Copa do Mundo. Agora voltou para o Corinthians e manteve a grande fase, então merece a convocação. Já Everton Ribeiro se destaca no melhor time do país pelo segundo ano seguido e merece uma chance.

Atacantes: Hulk é uma aberração da natureza e continua inexplicavelmente em todas as listas. Das novidades, Tardelli é apenas bom e está em boa fase, Philippe Coutinho facilmente iria para a Copa do Mundo pelo que jogou no Liverpool temporada passada e Ricardo Goulart tem uma excelente oportunidade de mostrar serviço em alto nível.

No geral, uma boa lista. O único nome altamente contestável é mesmo Hulk.

Agora é ver jogando e torcer por alguma nesga de criatividade e mudança no time.

Burrice inexplicável e indesculpável

O campo de futebol, durante um jogo, é um terreno quase a parte no mundo. Existem regras que só valem ali e certas coisas que não podem ser feitas jamais. Atingir o juiz, propositalmente, se encaixa perfeitamente na segunda categoria.

Aliás, o próprio Petros negar que foi proposital é um insulto à nossa inteligência. Chega ao ponto da “vergonha alheia”. Ninguém muda de rota, levanta o braço e dá a carga sem querer fazer exatamente isso.

Notem, existe uma diferença sensível entre o que Petros fez na partida contra o Santos e aqueles lances com pitadas de comédia pastelão, quando o jogador tropeça no juiz ou está vendo uma bola alta e acaba dando uma trombada. Foi completamente diferente disso.

Não que eu ache o STJD o órgão mais responsável ou correto da história da humanidade, mas não posso dizer que ele errou nesse caso. É a pena mínima para esse tipo de agressão, então que sejam 6 meses suspenso.

Quem perde é o Corinthians com essa burrice inexplicável do seu atleta.

domingo, 17 de agosto de 2014

Botafogo 2 x 0 Fluminense: Nada deu certo pro tricolor

Há uma semana atrás esse era um confronto com um favorito claríssimo e um time ameaçado de entrar numa espiral descendente sem fim. E hoje, minutos depois do encerramento do clássico carioca, conseguimos ver como nada daquela previsão ne confirmou – e vimos como o futebol continua sendo fascinante.

Nada deu certo pro Fluminense, é importante frisar. O time das Laranjeiras desde o segundo tempo de sua partida na quarta não consegue mais encaixar o seu jogo e fluir nos 90 minutos. O “apagão” (palavra da moda desde o 7x1) foi um acidente de percurso. O que não é normal é a apatia do time hoje, em pleno clássico.

É bem verdade que existem agravantes e atuenuantes dos dois lados. O fato da partida ser em Brasília e não no Maracanã tira um pouco do peso de “ser clássico”. Uma parte dos salários dos botafoguenses foi paga. Aparentemente há indefinições quanto à renovação de algumas das (caras) estrelas do Fluminense.

Isso posto, os buracos inacreditáveis na zaga nos dois gols alvinegros foram imperdoáveis, assim como o pênalti isolado por Fred.

O Botafogo segue conseguindo arrancar pontos na base da raça aqui e ali – e vai ser assim até o final do campeonato. Já o Fluminense precisa reencontrar o seu jogo e o seu artilheiro.

Como diz um amigo meu, “tem dias que é de noite”.

sábado, 16 de agosto de 2014

Quer pontos corridos? Então toma!

Continuo a ver, aqui e ali, a defesa irracional e repleta de falácias do modelo de campeonato brasileiro de pontos corridos no futebol.

“Ah, mas funciona na Europa nos melhores campeonatos do mundo, então deve funcionar aqui”.

É mesmo?

Então vamos fazer mais algumas pequenas reformas no futebol brasileiro pra que o modelo seja plenamente adotado. Coisa boba, que segue:

-Campeonato nacional começando em fevereiro e acabando em novembro.

-Extinção total dos campeonatos estaduais.

-Extinção das federações estaduais de futebol e criação de uma federação brasileira, responsável por cuidar apenas da seleção nacional.

-Criação de uma liga de clubes, responsável por organizar competições nacionais, negociar contratos de patrocínio e televisão e fomentar a formação de atletas.

-Copa do Brasil ocorrendo em paralelo com o campeonato brasileiro, com a final sendo disputada na semana da última rodada.

-Taça Libertadores da América e Sulamericana sendo disputadas paralelamente de fevereiro a novembro, com jogos terças e quartas da Libertadores e nas quintas feiras da Sulamericana.


Esses são os elementos BÁSICOS que devem ser alterados no futebol daqui para que o campeonato de pontos corridos seja meramente parecido com os disputados na Europa.

Vai acontecer? Não.

Então não faz sentido ter pontos corridos no Brasil.

Ps. Não acho que a adequação do calendário seja um elemento fundamental na reforma do futebol brasileiro – ainda mais em se tratando de hemisférios diferentes e estações opostas ao longo do ano.







quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Zebra? Ah, vá...

Acontecer uma situação inesperada faz parte do jogo. Se são duas, é um “azar tremendo” ou dia em que “as bruxas estão soltas”. Três é um insulto à inteligência alheia.

É nada, é nada, a Copa Sulamericana é uma competição internacional. É de segundo escalão, certo, mas sem dúvidas dá mais visibilidade do que a Copa do Brasil. Precisar ser eliminado de uma competição nacional para participar de uma internacional não faz absolutamente nenhum nexo.

O Internacional estava mais ou menos nos planos ser eliminado. Fez um jogo péssimo no Beira-Rio e confirmou isso no Ceará. Não se achou nessa Copa do Brasil.

Já o São Paulo não tinha feito uma primeira partida ruim. O segundo jogo, com lances bizarros da defesa e de Rogério Ceni, é que impressionou. Precisava disso em casa?

Mas nada supera o Fluminense. Uma vitória convincente por 3x0 fora de casa e uma acachapante derrota por 5x2 em seus terrenos – América-RN classificado pelos gols marcados fora de casa.

Ninguém quer perder, isso é óbvio. Mas quando se tem um campeonato atrativo como “prêmio de consolação” (eu JURO que não sei como tive coragem de escrever isso), a vontade naturalmente é menor. Você não vai entrar disposto a qualquer coisa numa dividida.

E continuamos sendo feitos de bobo pela Conmebol e CBF e achando graça.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

San Lorenzo e sua Taça Libertadores

Hoje acabou a maior competição de futebol da América do Sul com um campeão inédito. O San Lorenzo – ou Clube Argentino Sem Libertadores da América, para os detratores – consegue acabar com a espera homérica. Finalmente o último grande argentino conquista a Liberta.

Sejamos sinceros: era um jogo de cartas marcadas. O Nacional, apesar de simpático e de sua inegável disposição, é um time bem mediano. Foi avançando aos trancos e barrancos, conseguindo suadas vitórias aqui e ali. Não tinha camisa para fazer frente ao adversário.

(Aliás, quem acompanha pouco futebol e viu essa final não deve ter entendido nada quando apareceu que o Nacional era do Paraguai, e não do Uruguai. Dá pra ter uma noção da pouca representatividade.)

Quanto à finalíssima, um jogo fraco. O Nacional foi melhor no que se propôs a fazer no primeiro tempo inteiro, conseguindo, inclusive, ameaçar uma pressão depois de ter levado o gol. O pênalti aconteceu, e da forma mais besta possível e imaginável. Pra quê levantar a mão daquele jeito, companheiro?

Na segunda etapa, quando todos esperavam uma pressão dos paraguaios pelo empate, a surpresa: o San Lorenzo conseguiu dominar as ações e quase não correu perigo. No contra ataque chegava bem, mas estava mais interessade em deixar o tempo correr para acabar logo o jogo.

Tensa como toda boa final, essa partida não vai ficar marcada pelo refinamento técnico das equipes. Vai ficar marcada, sim, como a final da raça e da vontade, dos times que não desistem nunca e das torcidas inflamadas – até demais no segundo tempo.

Parabéns ao San Lorenzo e ao Papa Francisco. Agora a reza vai ter que ser forte contra o Real Madrid em dezembro.

domingo, 10 de agosto de 2014

O baque. Cadê o futebol?

O ser humano gosta de comparações. Está na sua natureza. Alguma coisa é sempre “melhor” que outra e “pior” que uma terceira. Sempre buscamos comparar, traçar um paralelo entre os elementos pra achar pontos de convergência e divergência. Os próprios conceitos de “bom” ou “ruim” só pode existir quando houver dois elementos para serem colocados lado a lado e, então, analisados.

Pra quê toda essa filosofia? Para dizer que o futebol praticado no Brasil está ruim.

O problema é a comparação. Nunca tivemos uma Copa do Mundo tão próxima do quintal de nossas casas como a desse ano – mais ainda até que a de 1950, graças à evolução nos meios de comunicação – e por isso nos acostumamos mal.

Sim, muito mal, senhores. Aqueles jogos não vão se repetir tão cedo nessas terras. Talvez uma ou outra grande apresentação em competições europeias de clubes. Por aqui, não.

E no Maracanã, palco da disputada final, do show de James Rodríguez e de tantos outros lances memoráveis, vimos um jogo morno. Mais um, aliás. Bola alçada direto da defesa pro ataque, jogadores pouco inspirados, o gramado castigado, muita marcação e transpiração para pouca inspiração.

Ah, a inspiração da última Grande Copa. Ela poderia ter sido o vento de mudança para o futebol brasileiro. Não foi. Tudo continua na mesma toada, no mesmo ritmo doentio de um campeonato que parece piorar a cada ano que passa.

Clubes afundados em dívidas ameaçam fechar as suas portas, enquanto calotes que parecem simples se transformam em dívidas homéricas, jogadores tacados de lado em certames estrangeiros sendo recebidos como estrelas.

Sentimos o baque. E só sobrou a pergunta: cadê o futebol? Cadê o nosso futebol, que consagrou o Brasil como potência mundial no esporte?

Ninguém sabe. E o domingo a tarde passa marcando apenas torcedores ela emoção. Quem gosta de futebol sofre. Ah, como sofre.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Calote, dívidas e responsabilidade

Segundo notícia do ESPN.com.br, o Corinthians vai ter que pagar mais de 152 milhões de reais por culpa de impostos não pagos por Andrés Sachez, na casa de 35,8 milhões de reais. Com juros e multa o valor pula, então, para R$ 188,1 milhões.

Será que valeu a pena?

Sem querer julgar a situação específica do alvinegro – afinal, o clube se reestruturou, tem a marca mais valiosa do Brasil e finalmente ganhou a sonhada Libertadores da América pouco depois –, é interessante notar o ponto em que o futebol brasileiro se encontra.

A discussão é simples: ou paga os impostos, ou monta e paga uma equipe competitiva. A dívida? Rola para frente.

Nunca se arrecadou tanto no futebol brasileiro como hoje. Os clubes recebem valores altíssimos da televisão e dos patrocinadores, além de verbas do sócio torcedor e da bilheteria dos estádios. Mas as dívidas parece que aumentam na mesma proporção.

Seja como for, a situação não está sustentável. Podemos estar diante de uma bolha no futebol nacional, prestes a explodir? É possível. Os valores são condizentes com a qualidade do material apresentado ao torcedor e as dívidas crescem assustadoramente ano após ano.

O quadro preocupa cada dia mais.

Prévia da 14ª rodada do Brasileirão 2014

Quase final do turno já – impressionante como o Campeonato Brasileiro está andando rápido depois da Copa do Mundo. Nessa rodada temos aquela insanidade para o amante do bom futebol: dois clássicos no mesmo horário. Bora dar uma olhada geral no que teremos de bom:

Bahia x Goiás

Em um dos jogos da faixa de 18h30 de sábado, um confronto entre times com ambições distintas: o Goiás está a 4 pontos da zona de classificação para a Libertadores da América, enquanto o Bahia está a 3 da borda da zona de rebaixamento. Isso posto, esperem uma partida de doer os olhos – menos por causa do esmeraldino, que têm brilhos de bom futebol ao longo do jogo.

Criciúma x Cruzeiro

O líder vai ao sul enfrentar o Criciúma “Dortmund”, como é apelidado carinhosamente às vezes. O time catarinense faz uma campanha vacilante, olhando com atenção para o descenso (são 4 pontos acima). Partida fundamental para o time de Minas continuar na briga pelo título, já que o Fluminense joga em casa contra outro time ameaçado. Aliás...

Fluminense x Coritiba

Com ingressos a vinte reais (sócios com pacote futebol não pagam nada), o tricolor carioca espera lotar o Maracanã na sua perseguição ao líder Cruzeiro. Jogando em casa e vendo seu adversário direto jogar em campo hostil, é a chance do Fluminense de conseguir diminuir a distância para 1 ou 2 pontos.

Flamengo x Sport

Não é o tira teima de 1987, mas é um jogo importantíssimo para as ambições de ambos os clubes. Enquanto o Flamengo carrega a lanterna do campeonato, o Sport vê a Libertadores da América como uma possibilidade real – 3 pontos o separa do Corinthians, 4º colocado. Partida duríssima em que a Nação vai ser fundamental.

Santos x Corinthias

O primeiro clássico da faixa das 16h de domingo. O alvinegro praiano tenta pegar no tranco na competição – embalado pela contratação de Robinho – e vai pra cima do Corinthias para se aproximar do G4. Já os corintianos tentam virar a página do sacode de 5x1 no Campeonato Paulista, naquela mesma Vila Belmiro. Jogo duro e, ao que consta, com poucos gols.

Atlético Paranaense x Botafogo

Já não é mais o rubro negro paranaense impressionante do ano passado, quando foi vice campeão da Copa do Brasil e terceiro lugar no certame nacional. Mesmo assim eles são favoritos contra o Botafogo, que vive à sobra de um impressionante colapso financeiro sem precedentes em General Severiano.

Internacional x Grêmio

Porto Alegre vai parar com essa partida. O Inter busca os 3 pontos para se aproximar ainda mais do Cruzeiro, enquanto o Grêmio ainda quer uma maior regularidade e entrar de vez na briga por uma vaga na Libertadores. O primeiro Grenal no Beira Rio pós-Copa promete.

São Paulo x Vitória

Com Ganso, Kaká, Pato e Kardec, o São Paulo vai para cima do Vitória em casa. Muricy Ramalho precisa provar que um time com esses jogadores pode jogar mais sob o seu comando. Do lado do rubro baiano, preocupação com uma zona de rebaixamento cada vez mais próxima.

Atlético Mineiro x Palmeiras

O Galo já não tem Ronaldinho e empatou contra a Chapecoense em casa no meio de semana. Fosse contra qualquer outro adversário, isso faria acender a luz amarela para esse jogo. Não é o caso porque o Palmeiras não ganha desde a sexta rodada e vê perigosamente a zona da degola se aproximar. Atenção para Allione, que jogou muito bem no meio de semana contra o Avaí.

Chapecoense x Figueirense

Confronto catarinense entre a capital e o interior. A Chapecoense quer os três pontos em casa para se firmar no meio de tabela e espantar, de vez, o risco de rebaixamento nesse ano. Falando em série B, o Figueira precisa, desesperadamente, de uma vitória para escalar para fora da temida Zona.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Pontos Corridos x Mata Mata: Prólogo

Essa é uma questão extremamente delicada, que envolve milhares de fatores dentro e fora de campo e que precisa de um texto mais longo. Hoje, vou só fazer algumas ponderações pontuais.

A notícia da vez é que a Globo quer a volta do formato de mata-mata no campeonato brasileiro, substituindo o “consagrado mundialmente” formato de pontos corridos.

Eu particularmente gosto dessa ideia. Prefiro sem nenhuma dúvida um campeonato com final, onde o campeão ganha do vice em um jogo histórico do que um torneio com jogos a perder de vista e título decidido no conta gotas.

Mas o motivo seria comercial, como destacou Sérgio Xavier no seu blog. A Globo visa audiência, e os pontos corridos não conseguem entregar isso. Uma fase decisiva seria um bom meio de melhorar os números.

Não vou entrar, por ora, na discussão mais aprofundada, que envolve dinheiro, planejamento, formatos de competição no mundo, história, etc. Vou fazer uma série de posts mais detalhados para isso.

O que fica é a esperança de acabar com esse formato infernal dos pontos corridos. A minha, pelo menos.

E você, o que acha?

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Nacional 1 x 1 San Lorenzo: Velho e emocionante roteiro

Por isso que amamos o futebol de um aforma meio irracional: os filmes se repetem com atores diferentes e achamos tudo lindo, fascinante. E é!

O Nacional do Paraguai tem um time bem mais fraco que o time argentino – que, se não é um primor, preza a posse de bola e, em alguns momentos, consegue até fazer sequências de passes envolventes. O popular time do Papa Francisco, então, era favorito.

Tudo bem que talvez seja mais favorito a ganhar na soma dos dois confrontos do que nesse jogo especificamente. Mas fez por merecer. Conseguiu a posse de bola e as melhores (e poucas) chances. Se não massacrava, estava seguro.

O gol esperou até o segundo tempo para sair. Explosão argentina.

E o filme começou a se repetir: time da casa jogando muito mal a partida inteira, abusando de chutão, um adversário bem mais forte e que dominava até então, momento de desespero nos últimos cinco minutos e mais chuveirinhos na área do que a fábrica da Lorenzetti.

Obviamente, como se ninguém nunca pudesse suspeitar do contrário, gol do Nacional. Explosão no lendário defensores.

O Nacional saiu de cabeça erguida do campo e o San Lorenzo atordoado.

Significa alguma coisa pro segundo jogo? Claro que não. O time é muito fraco, e ter chegado nessa final é uma façanha incomensurável. Os argentinos ainda são francos favoritos.

Mas o velho roteiro foi escrito de novo. Especialmente para os bons amantes do futebol.

(Nota: não confundir com “amantes do bom futebol”)

domingo, 3 de agosto de 2014

Chapecoense 1 x 0 Flamengo: Nervosismo que mata

Que o Flamengo não tem um time bom nesse ano não é novidade para ninguém. Que a Chapecoense tem como objetivo ficar na primeira divisão nessa temporada também não. O jogo se desenhava para ser sonolento.

Aí acontece um gol antes dos 10 minutos e todo mundo acorda. Pode se culpar o sol, a lua, as estrelas ou o que for: cobrança de falta naqueles moldes não é para entrar. Paulo Victor falhou e deu números finais ao jogo.

No mais, o rubro negro foi castigado por sua inoperância ofensiva, dificuldade na armação e nervosismo. É verdade que às vezes sobrava vontade – especialmente com Negueba Alegria nas Pernas –, mas fazer a bola chegar em condições para o Alecsandro finalizar estava complicado.

E quando ela chegou, o que ele faz? Besteira. Com o time na situação em que está, perder um gol daqueles é indesculpável.

Uma coisa, porém, precisa ser dita claramente: o time melhorou em relação ao que estava jogando com o Ney Franco. Antes era um bando horroroso. Agora é apenas um time muito ruim.

Vida que segue. A Chapecoense vai continuar arrancando seus pontos aqui e ali (especialmente em casa) e o Flamengo vai perder jogos em situações bestas até conseguir os 45 pontos que precisa.

Só que precisa começar a pontuar logo. Está cada vez mais complicado...

A dívida dos clubes é a dívida dos torcedores?

O assunto da última semana – além das partidas, evidentemente – foram os dois projetos lançados pela torcida do Flamengo, de forma independente da diretoria: o Fla em dia e o Flamengo da Nação. O primeiro é um projeto semelhante ao que os torcedores do Vasco fizeram (Vasco Dívida Zero) e os do Botafogo (Botafogo sem dívidas), e visa o pagamento da dívida do clube com a União por meio das DARFs (Documento de Arrecadação de Receitas Federais). A dívida, então, é paga de maneira direta pela torcida, sem que o dinheiro passe por qualquer conta do clube. O segundo é um projeto tradicional de crowdfunding que visa a contratação de jogadores.

A polêmica se instaurou por causa de discussões quanto à legitimidade desse tipo de programa. Afinal, qual porcentagem da dívida de um clube é responsabilidade do torcedor e por que ele deveria levantar um centavo que seja para ajudar?

É preciso, no entanto, fazer uma divisão clara antes de prosseguir. Por questão de princípios, eu não apoio particularmente a iniciativa da torcida juntar dinheiro para a contratação de jogadores. O objetivo, embora claro, tem mais conceitos abstratos do que eu gostaria. Afinal, que tipo de jogador? E os salários? Será que o valor pago na contratação vai ser justo? E se ele não render? E se uma aposta não render, a torcida vai ter o direito de se sentir traída?

O futebol, por natureza, possui certas peculiaridades que tornam o imponderável praticamente uma constante. E, em se tratando do meu dinheiro, eu não gosto do imponderável. Logo, não sou adepto de crowdfunding para contratação de jogadores.

Agora o outro programa e a pergunta central do post: é legítimo um torcedor se sentir responsável pelo pagamento da dívida do clube que torce? Na minha visão, sim.

Eu sei que existem complexas questões, também, que envolvem humanos. As dívidas foram feitas por figuras irresponsáveis que assombram os clubes até hoje, podendo voltar e causar todo o problema de novo. Logo, pagar seria uma espécie de “perdão” da torcida para com a irresponsabilidade do dirigente – isso em uma visão mais pragmática da situação.

Mas é preciso olhar o cenário geral para conseguir entender que não é tão simples assim.

O fundamental é saber que os tempos são outros. Os mecanismos de fiscalização e de transparência que o clube e os torcedores dispõem hoje são diferentes de 20 anos atrás. Com balanços cada vez mais detalhados sendo disponibilizados e uma cobertura cada vez mais ferrenha da imprensa especializada e da torcida, uma eventual administração irresponsável da entidade é mais difícil. O próprio governo, hoje, tem ferramentas mais refinadas para um controle mais efetivo quanto ao pagamento ou não de impostos. Aquela farra que existia em outros tempos, quando a sonegação era a regra e não a exceção, está cada vez mais difícil de acontecer.

O torcedor também se sente mais responsável pelo seu clube quando paga uma parte da dívida. Houve uma época em que a torcida era um mero número medido em pesquisas obscuras e uma pequena parcela de gente que aparecia nos estádios. O clube era uma entidade com características surreais, distante do mundo físico aqui presente. O quadro de associados, responsável por mandar prender e mandar soltar dentro dessas instituições, era mínimo, desconhecido e alçado ao degrau de senhores do Olimpo: só eles poderiam conversar com os Deuses em sua terra sagrada – mesmo que estes não fossem deuses. Quando a torcida paga a dívida, ela se aproxima do clube, mudando o patamar dele de surrealidade para algo mais concreto, que pode ser abraçado fisicamente. Por mais cruel que possa parecer, a dívida e seu pagamento, então, faz o clube ser mais “humano”, mais sólido.

Palmas, então, para os torcedores. O processo de trazer o clube mais para perto e torná-lo mais real é longo e árduo, mas precisa começar a acontecer. Especialmente onde se encontra a maior torcida do Brasil.