segunda-feira, 28 de julho de 2014

Flamengo 1 X 0 Botafogo: Ânimo e vontade

Em um jogo, Luxemburgo conseguiu o que Ney Franco não conseguiu em sete: vitória – com o “agravante” de ser um clássico.

Mas relativizar é preciso. Se o Flamengo hoje está uma zona, o Botafogo consegue a façanha de estar dez vezes pior (vide a faixa com a qual os jogadores entraram em campo). Além disso o time da Gávea não apresentou um futebol de nível muito diferente do que vinha apresentando.

O que mudou, então? Vontade. Aliás, a partida foi jogada 90% na vontade e 10% em alguma técnica. Por isso foi um show de horrores, futebolisticamente falando. O segundo tempo, então, foi qualquer coisa de deprimente.

Eu cresci escutando que o Flamengo não pagava salários e que, por isso, os jogadores faziam o clássico “corpo mole”. A frase do Vampeta, inclusive, ilustrava bem a situação: “eles fingem que pagam e eu finjo que jogo”. Na época era comum ver medalhões se arrastando.

Hoje, porém, a situação é outra. Com exceção de um ou outro problema por causa de retenção de receita, o Flamengo está com seus salários em dia. Mesmo assim alguns jogadores insistiam em se arrastar.

Aí entrou Luxemburgo e um dos seus maiores acertos: barrou esses medalhões. Ora, se a situação hoje é mais estável e as condições de trabalho são boas, por que raios os caras ainda se arrastam? Tchau e bênção, vai esquentar o sofá de casa.

Um Flamengo comprometido, então, entrou em campo. Correndo, mostrando raça e disposição – como a torcida gosta.

Também dá para falar que o Botafogo entrou com raça e vontade em campo, mesmo com os 5 meses de direito de imagem e os 3 meses de salários atrasados. Mas um pequeno degrau de diferença técnica existe. E foi nele que o gol nasceu.

É nada, é nada, são três pontos fundamentais em um clássico estadual com casa cheia. O Flamengo agradece. A borda do buraco parece mais visível.

E o Botafogo? A luz no fim do túnel pode ser o trem chegando cada dia mais perto...

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