domingo, 10 de agosto de 2014

O baque. Cadê o futebol?

O ser humano gosta de comparações. Está na sua natureza. Alguma coisa é sempre “melhor” que outra e “pior” que uma terceira. Sempre buscamos comparar, traçar um paralelo entre os elementos pra achar pontos de convergência e divergência. Os próprios conceitos de “bom” ou “ruim” só pode existir quando houver dois elementos para serem colocados lado a lado e, então, analisados.

Pra quê toda essa filosofia? Para dizer que o futebol praticado no Brasil está ruim.

O problema é a comparação. Nunca tivemos uma Copa do Mundo tão próxima do quintal de nossas casas como a desse ano – mais ainda até que a de 1950, graças à evolução nos meios de comunicação – e por isso nos acostumamos mal.

Sim, muito mal, senhores. Aqueles jogos não vão se repetir tão cedo nessas terras. Talvez uma ou outra grande apresentação em competições europeias de clubes. Por aqui, não.

E no Maracanã, palco da disputada final, do show de James Rodríguez e de tantos outros lances memoráveis, vimos um jogo morno. Mais um, aliás. Bola alçada direto da defesa pro ataque, jogadores pouco inspirados, o gramado castigado, muita marcação e transpiração para pouca inspiração.

Ah, a inspiração da última Grande Copa. Ela poderia ter sido o vento de mudança para o futebol brasileiro. Não foi. Tudo continua na mesma toada, no mesmo ritmo doentio de um campeonato que parece piorar a cada ano que passa.

Clubes afundados em dívidas ameaçam fechar as suas portas, enquanto calotes que parecem simples se transformam em dívidas homéricas, jogadores tacados de lado em certames estrangeiros sendo recebidos como estrelas.

Sentimos o baque. E só sobrou a pergunta: cadê o futebol? Cadê o nosso futebol, que consagrou o Brasil como potência mundial no esporte?

Ninguém sabe. E o domingo a tarde passa marcando apenas torcedores ela emoção. Quem gosta de futebol sofre. Ah, como sofre.

Nenhum comentário :

Postar um comentário